A União Europeia, conhecida por ser uma das principais regiões produtoras de vinho do mundo, enfrenta uma crise no setor vinícola causada, principalmente, pela diminuição do consumo do produto. Em algumas áreas da França e da Espanha, as vendas caíram 35% entre 2022 e 2023, de acordo com dados da Comissão Europeia.
Para conter os efeitos desse cenário, o bloco anunciou uma série de medidas emergenciais, incluindo a liberação de 120 milhões de euros para financiar a destruição de 4% das vinhas da França, maior produtora de vinhos do mundo. O objetivo é reduzir o excesso de oferta e evitar uma maior desvalorização dos preços no mercado.
O problema pode ser percebido pelo aumento nos estoques. Segundo a Comissão Europeia, em regiões da França e de Portugal, o armazenamento de vinho subiu mais de 20% em 2023, quando comparado ao ano anterior.
Principais fatores da crise no setor vinícola:
Os europeus estão consumindo menos vinho, conforme monitoramento anual da Comissão Europeia. Enquanto em 2005 o consumo médio era de 30 litros por pessoa por ano, a projeção para 2025 indica uma queda para cerca de 20 litros, representando uma redução de 33% em duas décadas.
Esse declínio é mais acentuado entre os jovens. De acordo com uma pesquisa divulgada em 2023 pela Vinexpo, menos de um terço dos apreciadores de vinho têm menos de 40 anos. Além disso, um estudo de 2024 da agência de pesquisas francesas Sowine revela que o grupo entre 26 e 35 anos é o que mais reduz o consumo de álcool.
A demanda internacional por vinhos europeus também está em declínio. As exportações de vinho do bloco entre janeiro e abril de 2023 foram 8,5% menores em comparação com o mesmo período de 2022. No caso da França, as vendas externas caíram 10%, impulsionadas pela redução das importações da China.