Com as eleições municipais se aproximando, pelo menos 62 dos 513 deputados federais brasileiros estão se preparando para disputar o cargo de prefeito em diversas cidades do país. Alguns nomes já foram oficializados durante as convenções partidárias, enquanto outros aguardam a confirmação até o prazo final de 5 de agosto.
Embora as eleições sejam municipais, a correlação de forças estabelecida nos municípios desempenha um papel estratégico para as futuras eleições estaduais e federais. Dessa forma, a escolha de vereadores e prefeitos é vista como crucial pelos congressistas.
Impacto na rotina legislativa
O número de parlamentares concorrendo nas eleições municipais, juntamente com aqueles que optaram por não disputar mas buscam fortalecer suas bases de apoio, tem alterado a dinâmica de trabalho na Câmara dos Deputados ao longo do ano.
Os recessos extraoficiais prolongados e as pausas nas atividades legislativas são alguns dos reflexos desse período eleitoral. Em março, por exemplo, durante a janela partidária – quando vereadores podem mudar de partido sem risco de punição –, houve um impacto direto nas atividades legislativas. Em junho, muitos parlamentares deixaram Brasília para participar das festas juninas em suas bases eleitorais.
Outro aspecto em anos eleitorais é a preferência por votações simbólicas em matérias polêmicas, evitando a contagem nominal de votos. Essa estratégia visa impedir que os deputados deixem registros (“digitais”) de seus posicionamentos em questões sensíveis, protegendo de possíveis repercussões eleitorais. Um exemplo recente foi a votação do projeto que taxou compras internacionais de até 50 dólares.
Além disso, de olho nas eleições, os parlamentares ajustaram as regras para as emendas parlamentares, assegurando mais recursos e estabelecendo um cronograma de pagamento até o meio do ano. Apesar do veto do governo federal ao calendário na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), os parlamentares conseguiram garantir a execução do cronograma previamente definido.
No Rio Grande do Norte, os deputados federais Natália Bonavides (PT) e Paulinho Freire (União) estão entre os nomes que devem concorrer às prefeituras, refletindo a tendência observada em todo o país.