Visando controlar a população do mosquito Aedes aegypti, vetor da dengue e outras doenças graves, cientistas brasileiros estão utilizando drones para liberar exemplares estéreis do inseto no ambiente. Essa estratégia faz parte de uma abordagem tecnológica avançada para reduzir a reprodução da espécie, que tem causado novos surtos em várias regiões do Brasil.
O projeto é liderado pelo cientista Ricardo Machado, que trabalha desde 2002 em parceria com a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), órgão de controle nuclear vinculado à Organização das Nações Unidas (ONU). A equipe está empregando a Técnica do Inseto Estéril (TIE), método já utilizado em diversas partes do mundo para o controle de pragas. Nessa técnica, os mosquitos machos são irradiados para ficarem estéreis, impedindo a fertilização das fêmeas após o acasalamento, o que reduz drasticamente a população nas gerações seguintes.
Com o uso de drones para a liberação em larga escala desses mosquitos, o projeto tem potencial de aumentar ainda mais a eficiência do controle. Segundo estimativas dos pesquisadores, a taxa de sucesso dessa tecnologia pode alcançar 90%, representando uma solução promissora para conter surtos de dengue, zika e chikungunya. Essa inovação é também uma alternativa sustentável e de baixo impacto ambiental, uma vez que não envolve o uso de inseticidas químicos.