O Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) divulgou dados recentes que apontam para uma significativa redução no desmatamento na Amazônia em 2023. De acordo com o monitoramento por imagens de satélite, a área total desmatada apresentou uma queda de 62% em comparação com o ano anterior, atingindo o menor número registrado desde 2018.
Em 2022, a área desmatada foi de 10.573 km², enquanto em 2023, esse número diminuiu para 4.030 km². Apesar da diminuição, a magnitude ainda equivale a cerca de 1,1 mil campos de futebol desmatados diariamente.
Um ponto de preocupação destacado pelo relatório do Imazon foi a degradação ambiental. Em dezembro de 2023, enquanto 108 km² foram desmatados, outros 1.050 km² foram degradados, quase dez vezes mais.
No que diz respeito aos estados mais afetados pelo desmatamento em 2023, Pará, Amazonas e Mato Grosso permanecem no topo da lista. Entretanto, apenas três dos nove estados que compõem a Amazônia Legal registraram aumento na destruição, sendo eles Roraima, Tocantins e Amapá.
Confira a área desmatada por estado em 2023:
- Pará: 1.228 km²
- Amazonas: 877 km²
- Mato Grosso: 864 km²
- Acre: 333 km²
- Roraima: 321 km²
- Rondônia: 206 km²
- Maranhão: 162 km²
- Tocantins: 21 km²
- Amapá: 18 km²
O relatório do Imazon também destaca a redução de 52% no desmatamento em terras indígenas em 2023, em comparação com o ano anterior. No entanto, algumas comunidades, como Igarapé Lage em Rondônia e Waimiri Atroari na divisa do Amazonas com Roraima, enfrentaram aumentos significativos de 300% no desmatamento. As terras Yanomami também viram um crescimento de 150% na derrubada.
A maior área desmatada em uma terra indígena em 2023 foi na terra Apyterewa, totalizando 13 km². Apesar de liderar em área devastada, a comunidade experimentou uma redução de 85% na destruição em relação a 2022, quando perdeu 88 km² de floresta.
No que se refere às unidades de conservação na Amazônia, o desmatamento em 2023 alcançou o menor registro em nove anos, desde 2014. A devastação em terras indígenas e unidades de conservação passou de 1.214 km² em 2022 para 282 km² em 2023, representando uma redução de 77%.
As áreas federais de unidades de conservação apresentaram uma redução mais expressiva, passando de 468 km² em 2022 para 97 km² em 2023, uma queda de 79%. Nas áreas estaduais, a devastação diminuiu de 746 km² para 185 km², representando uma redução de 75%.