Hoje, dia 6 de setembro (6/9), é uma importante data para a quebra de tabus e a promoção de uma conversa aberta sobre sexualidade. O Dia do Sexo, embora tenha surgido como uma data comercial, representa uma oportunidade significativa para discutir a complexidade da sexualidade humana, um aspecto intrínseco da nossa existência desde o nascimento até a vida adulta. É uma ocasião para celebrar a diversidade de gênero, formas de relacionamento e orientações sexuais que compõem nossa sociedade, enquanto desmistificamos mitos e estigmas profundamente enraizados em nossa história, cultura e religião.
À medida que avançamos na jornada em direção a uma compreensão mais saudável da sexualidade, também nos aproximamos de uma maior liberdade, respeito e consentimento em todas as esferas de nossas vidas.
O POTI entrevistou a psicóloga clínica EB Belli, pós-graduada em sexualidade humana, sobre os mitos comuns relacionados à sexualidade. Acompanhe!
Mito 1: Sexo deve ser perfeito desde o início
O POTI: Como podemos desmitificar a ideia de que o sexo sempre deve ser perfeito e livre de problemas desde o início de um relacionamento?
EB Belli: Eu pergunto pra vocês que estão lendo a coluna o que que é um sexo perfeito? Primeiro eu penso que é importante falar sobre o conceito de sexualidade. A sexualidade, segundo a Organização Mundial de Saúde, é uma energia que vibra, que pulsa atrás de afeto, cuidado e atenção. É como a gente se expressa, se mexe, se veste, conversa, dialoga com as pessoas, é como a gente se porta. Então a sexualidade está na nossa pulsão de vida. Quando a gente fala, por exemplo, sobre disfunção de orgasmo, de falta de desejo, a gente está falando sobre desejo em outros âmbitos também. Então, quando a gente fala sobre o sexo perfeito, primeiro temos que falar sobre autoconhecimento. O quanto você conhece o seu corpo? O quanto você conhece seus pontos de prazer? E quando eu falo de prazer, esquece genitália. Olha pra todo o corpo que você tem. Pele, cabelo, os sentidos, paladar, tato, olfato, visão, audição, todos os recursos que você tem para te darem prazer. Então, o sexo deve ser gostoso, seguro, consentido e com pessoas maiores de idade. A partir do consentimento, rola sexo. Então, para ele “ser perfeito”, você precisa se entregar ao prazer, se entregar a explorar o seu corpo, os seus sentidos, conhecer aonde você goza e como você goza. E você pode conversar sobre isso com a sua parceria para que o sexo seja cada vez mais prazeroso e não perfeito.
Mito 2: Masturbação é prejudicial à saúde
O POTI: Qual é a verdade sobre a masturbação em termos de saúde sexual e emocional?
EB Belli: A masturbação é extremamente saudável, não é contraindicada em caso algum. O único cuidado que a gente tem que pensar enquanto a gente fala sobre masturbação, é se está acontecendo demais, no sentido de virar um vício. Se a pessoa, por exemplo, tem que se deslocar do trabalho, família, horários de refeições e outras coisas, pela necessidade de masturbação. Se isso atrapalha ela em algum âmbito da sua vida social, familiar, profissional, ela tem que rever isso com cuidado. Mas a masturbação é um momento de autodescoberta, de autoerotismo, de prazer. Quanto mais a gente se toca, mais prazer a gente tem, mais fácil chegamos ao orgasmo. Lembrando que o orgasmo não é obrigação de um outro, de uma parceria no momento do sexo, mas que seja feito da melhor forma possível para que ambos cheguem lá. E não existe isso de que cresce pelo na mão, de que vai perder potência, de que várias coisas vão acontecer porque você está se tocando e tendo o seu livre prazer. Quanto à masturbação, eu inclusive falo especialmente para as mulheres, se toquem, se conheçam, não existe uma mulher anorgásmica, sem orgasmos, a não ser que tenha alguma disfunção fisiológica acontecendo, alguma medicação que está dificultando esse processo também. E aí é hora de consultar os nossos médicos e a terapia sexual também pra saber o que está acontecendo fisiologicamente, emocionalmente. Uma forma de se masturbar interessante, é você viajar, criar fantasias, ter pensamentos eróticos, consumir, por exemplo, leituras eróticas. Por fim, não há conta indicação de masturbação, desde que você esteja fazendo no local seguro, não pode estar exposto, violar direitos do outro e que você respeite suas necessidades também. Pode utilizar de artifícios como sex toys e outras coisas, ou usar a nossa mão e criatividade também.
Mito 3: Homens sempre têm mais desejo sexual do que mulheres
O POTI: Como podemos quebrar esse estereótipo e promover uma compreensão mais equilibrada da libido em homens e mulheres?
EB Belli: Não. Isso é algo que a gente teve estereotipado pela cultura e história a longo prazo, onde desde nascimento, os homens têm o pênis para fora, um órgão sexual externo, e aí eles são acostumados a se tocar desde pequenos, comparar tamanho de pênis, falar sobre prazer, estão andando na rua, estão mexendo na calça, na cueca. Enquanto mulheres, nós temos uma vulva e um canal vaginal interno e a mulher é proibida do prazer desde a sua infância. Ela tem que ser casta, tem que ser virgem, tem que se cuidar nesse sentido. Então, sempre nos foi dito “mulheres fechem as pernas”, “mulheres não podem se tocar”, “não podem se masturbar”. O desejo sexual do homem e da mulher é o mesmo e quanto mais nos estimulamos, mais libido teremos para uma sexualidade mais ampla e melhor. Então, essa história que, por exemplo, homens são mais infiéis do que mulheres porque eles têm mais desejo, é um mito. É muito importante que as mulheres, como eu falei anteriormente, aprendam a se tocar, a conhecer o seu corpo, saber os seus desejos, saber dizer não também, dar limite quanto a isso, mas entender que a nossa libido é forte e é boa. É muito gostoso quando nós temos o nosso autoconhecimento e podemos autoerotizar o nosso corpo, o nosso prazer, elevando cada vez mais o libido. Isso é um mito e bola pra frente.
Mito 4: Sexo seguro não é necessário se você conhecer bem o seu parceiro
O POTI: Por que é importante enfatizar o uso de métodos contraceptivos e proteção contra DSTs, mesmo em relacionamentos de longo prazo?
EB Belli: É importante enfatizar a importância de método contraceptivo e proteção contra IST, mesmo em relacionamentos a longo prazo. Nós sabemos que as IST são transmitidas não só com o sexo com penetração, mas também com o sexo oral, com outras formas de troca de fluídos. Então é muito importante que se use preservativo e até no sexo oral também. Quando há uma parceria de muito tempo, em que se há acordos bem firmes ou que vocês querem liberar, por exemplo, o uso de preservativo, é importante ter uma conversa muito fiel, muito honesta e muito clara sobre isso. É importante também que vocês vão aos médicos, façam exames para verificarem as questões de saúde também, as infecções sexualmente transmissíveis e outras possíveis doenças. E então, temos que pensar na relação. A relação é um relacionamento fechado, é monogâmico, é aberto? Se for aberto, sim, sempre usem preservativo com a sua parceria e com as outras pessoas em outros relacionamentos também. É um relacionamento fechado, monogâmico? Como que vocês têm esse acordo? Vocês se sentem seguros para isso ou não? Preservativo é sempre uma boa escolha. É sempre importante que a gente faça campanha com isso. Inclusive homens tem o hábito de levar preservativo na bolsa, no bolso, pega sol, fica quente e ele meio que perde eficácia. Então lembrem, preservativo é para ser guardado em lugar seco e escuro. Então, deixar dentro do carro, deixar no bolso, na carteira, não é uma boa escolha. Outra coisa, mulheres, andem também com preservativo, não tenham vergonha de comprar preservativo, de tirá-lo da bolsa na hora do sexo e falar: olha, eu trouxe preservativo. Peça para que a parceria, se for um homem, utilize. Esse mito de que tem pênis muito grande, que não vai caber na camisinha, que incomoda na hora do sexo, que tira sensibilidade, são todos mitos também para que a pessoa não utilize e sinta-se mais à vontade. Todo mito é errado, as camisinhas servem a qualquer tipo de pênis e existem vários tipos e tamanhos de camisinha, existem camisinhas, por exemplo, que são mais finas. O importante é você se divertir de forma segura e evitar a transmissão de IST.
Mito 5: Pessoas mais velhas não têm interesse ou não devem fazer sexo
O POTI: Como podemos combater o estigma em relação à sexualidade na terceira idade e promover uma vida sexual saudável em todas as idades?
EB Belli: Pessoas mais velhas, que estão acima dos 50, 60, 70, têm sim desejo, libido, capacidade de se relacionar sexualmente. São pessoas que também estão na sua vida sexual. Como eu falei lá em cima, nós nascemos e morremos seres sexuais. Então, a sexualidade, ela permanece em qualquer idade, em qualquer momento. Existe um tabu de que pessoas mais velhas vão sendo meio que santificadas de certa forma, como se elas não pudessem mais beijar na boca, não pudessem mais namorar, não pudessem mais transar, por causa da cultura que a gente tem, estereotipada, enquanto, na verdade, são pessoas, sim, que estão envelhecendo de forma saudável e que exercem sua sexualidade também. O que vai acontecer nesse período do envelhecimento é saber que algumas coisas vão se organizando pra que a gente desenvolva novas habilidades. Cabe dizer até que a gente deveria treinar isso antes, como, por exemplo, a mulher com certa idade, a partir da menopausa, ela começa a perder a lubrificação natural e aí entram duas coisas importantes, o cuidado da saúde íntima, do acompanhamento com uma médica ginecologista. Quanto mais ela se autoerotiza, ela se masturba, mais lubrificação ela vai ter e ela está apta a ter sexo, a transar, a ter prazer. Assim como o homem também, com certa idade, às vezes perde a potência da ereção, tem menos ereção. Às vezes entra em alguma situação de ejaculação precoce ou demora para ejacular também e tudo isso pode ser conversado dentro de uma terapia sexual para que seja organizado da melhor forma, para que a vida sexual continue saudável na velhice. Não é errado pessoas mais velhas terem vida sexual ou namorarem. A gente precisa naturalizar a sexualidade, que é parte inerente da nossa vida e temos que viver de forma plena.
Mito 6: Sexo durante a menstruação é perigoso ou prejudicial
O POTI: Quais são os fatos sobre a segurança e a saúde do sexo durante a menstruação?
EB Belli: Sexo durante menstruação não é perigoso e muito menos prejudicial. Há mulheres que quando estão no período menstrual sentem mais dores por causa de cólicas, por causa da descamação que vai ocorrendo na parente intrauterina. Tem algumas mulheres que têm endometriose e que precisa cuidar disso daí também, para que elas tenham uma vida plena, saudável enquanto seus ciclos de vida. A menstruação significa saúde, é a preparação do corpo para a fertilidade, sendo momento para se desejar, quem sabe, uma gravidez ou apenas um momento de vida saudável mesmo, que nós mulheres vivenciamos. Há vários tabus sobre menstruação, que ela é suja, que ela é feia, que é nojenta, e tudo isso foi estereotipado por conta da cultura e história, onde mais uma vez observamos a submissão de mulheres, a marginalização de mulheres e a exclusão delas. A menstruação é um período muito legal de introspecção, reflexão. Quando a gente pensa, por exemplo, em povos indígenas, as mulheres de algumas aldeias se reuniam debaixo de uma tenda para que elas se cuidassem, cultivassem esse momento de grande conexão da espiritualidade com elas mesmas. Sexo na menstruação não é perigoso, não é superficial, não é nojento, as mulheres são aptas a transar também nesse período, com casais sendo eles homossexuais ou heterossexuais, o importante também é usar prevenção. O preservativo é muito importante também nesse período, já que está tendo a liberação de um sangue e há também um processo de facilitação de contágio de IST. Há mulheres que nesse período ficam mais vulneráveis, sensíveis, perdem um pouco de desejo, mas há também mulheres que nesse período ficam com mais desejo ainda, com a libido lá em cima e aí elas tendem também a aproveitar mais porque a vagina está mais lubrificada, elas estão com tesão muito alto e curtem mais o sexo também. Então é um mito e um tabu que tem que ser quebrado para casais héteros. E também casais de lésbicas também são bem-vindas nesse convite, apesar delas já estarem desmistificando sobre menstruação. Lembrando que sexo não é só penetração, pelo contrário, isso é uma pequena parte de um todo.
Mito 7: A primeira vez sempre dói para as mulheres
O POTI: Como podemos educar as pessoas sobre a importância do relaxamento, comunicação e consentimento na primeira experiência sexual?
EB Belli: Nós, mulheres crescemos com o mito de que a primeira vez dói e a primeira vez tem que ser especial. Você tem que perder sua virgindade com todo um conto de fadas envolvido. Então primeiro, acho que a gente precisa pensar sobre virgindade. O hímen é uma película, uma pelezinha, que tem dentro do canal vaginal, porque ainda não foi rompido. Há vários formatos de hímen também: bifurcado, um que fica todo tampadinho no canal vaginal e tem que ser removido, hímens mais abertos. Mas essa história de cultivar a virgindade, de perder a virgindade, e quando que a gente encontra ela de novo? Então não é algo que se perde, é algo que se liberta. E cada vez mais as mulheres têm sido apropriadas de si mesmas para entender que a primeira relação pode ser prazerosa. O que acontece é que, às vezes, no rompimento de um hímen mais fechadinho, acaba doendo e, aí sim, a primeira vez é dolorosa. A gente precisa conversar sobre sexualidade desde sempre, respeitando as fases da vida, as idades, para que as mulheres, e os homens também, vão crescendo dentro de uma psicoeducação sexual, para terem mais autonomia, liberdade, respeito, aprenderem o que é amor, aprenderem o que é consentimento. Então, o ideal é que antes dessa primeira vez a mulher tenha uma conversa em casa, com amigas e também com a parceria em que ela vai ter essa primeira vez. Isso vai fazer com que ela seja o mais prazerosa possível. Às primeiras vezes devem ser dolorosas, mas elas sempre são surpresas, no sentido de imagina-se uma coisa e se faz outra. Na prática, a teoria é outra. Então, é importante, cada vez mais, a gente falar sobre liberdade sexual também. Quando você está pronta para a sua primeira vez? Quando que você quer ter a sua primeira vez? Como você escolhe a sua primeira vez? E aí, você conhece seu corpo? E a sua primeira vez foi com você mesma? São coisas a se pensar sobre isso.
Mito 8: Todos deveriam ter o mesmo tipo de relação sexual
O POTI: Como podemos promover uma compreensão da diversidade das preferências e desejos sexuais e a importância de respeitar as escolhas individuais?
EB Belli: Não. Todos somos saudáveis em ter desejo sexual. E aí, quando a gente pensa em desejo sexual, eu até peço para você que está lendo essa coluna, ler o que eu vou falar agora, fechar os olhos e imaginar. Feche os olhos, se concentre, pense em algo que você quer muito, que você deseja muito, que é muito gostoso. O que te vem à mente é uma comida? É um cheiro? É um lugar? Uma pessoa? Uma fantasia? Tanta diversidade, não é mesmo? Porque o desejo se direciona. E aí, o “como” você vai ou não concluir esse desejo é da sua escolha. Quando a gente fala de orientação sexual, nós estamos falando para onde os seus desejos e seus afetos são orientados. Com quem você vai se relacionar? Você é uma pessoa que tem desejo por pessoas do mesmo sexo, com sexos diferentes, com pessoas de ambos sexos? Como que funciona isso pra você?
Mito 9: Sexo é apenas sobre penetração
O POTI: Como podemos ampliar a compreensão de que o sexo engloba uma variedade de atividades íntimas e emocionais?
EB Belli: Sexo não é só penetração. Ele pode ter ou não a penetração. O sexo envolve afeto, confiança, casualidade, desejo, intimidade, respeito… Ele se refere à diversidade que temos de possibilidades de conquistas. Há o sexo oral, há o sexo com penetração, masturbação também é um tipo de sexo. Então, quando a gente pensa em tipos de sexo, precisamos quebrar esse tabu. Jogos eróticos são sexo. Um tocar o corpo com o outro, chegar ao orgasmo é sexo. Já as preliminares são o seguinte: você tem um relacionamento, vou dar esse exemplo para ficar mais ilustrado. As preliminares são: como vocês acordam, como vocês conversam, o quanto vocês combinam coisas entre si e cumprem acordos, as gentilezas prestadas um ao outro, o respeito que vocês têm, é um mandar bilhete para o outro ao longo do dia, uma mensagem de texto, uma figurinha, trocar meme, é cultivar um bom ambiente, é cultivar uma boa qualidade de relacionamento entre vocês, para que no final, acabe sem sexo ou não.
Mito 10: Educação sexual em escolas promove comportamento sexual precoce
O POTI: Qual é a importância da educação sexual nas escolas para fornecer informações precisas e promover comportamentos sexuais responsáveis?
EB Belli: De forma alguma. Pelo contrário. Educação sexual previne que as pessoas desenvolvam uma sexualidade, um desejo de explorar, com muito mais veemência do que não falar sobre sexo. Previne também abuso sexual, desrespeito. Ensina o que é a parte privada do corpo, que não pode ser tocada por outros. Falar sobre educação sexual em escolas é falar sobre prevenção, sobre autoconhecimento, sobre amor próprio. Como a gente introduz isso numa escola? Dependendo da idade da criança, de um a dois anos por exemplo, a gente vai ensinar sobre amor, sobre que é o amor entre os pais, os cuidadores, o que é o amor de amigos, o que são os colegas, o que é respeito, quais são os limites corporais, o que é privado e o que não é privado, onde alguém pode ou não pode tocar de jeito nenhum. Então, você começa a introduzir tudo isso e há amadurecimento para os relacionamentos. Pessoas que tiveram uma boa educação sexual são pessoas mais fortes, mais autoconfiantes, que entram menos em relacionamentos abusivos. Ninguém está ileso de cair uma cilada, infelizmente, de um relacionamento abusivo, tóxico, mas pessoas que tiveram uma educação sexual e que entendem sobre amor e respeito são pessoas que vão crescer muito mais confiantes e seguras para desenvolver um mundo melhor, onde elas se protegem e impõem sobre seus desejos e seus prazeres. Vão ter relacionamentos muito mais saudáveis consigo mesmo e com o outro.
Mito 11: Pessoas LGBTQIAP+ têm mais DSTs.
O POTI: Como podemos combater estereótipos prejudiciais sobre a saúde sexual da comunidade LGBTQIAP+?
EB Belli: O que precisamos, de fato, é combater o preconceito da diversidade de gênero e sexualidade, compreender o que são as IST e pensar sobre segurança, no sentido de uso de preservativo, consentimento e respeito. As estatísticas sobre IST são maiores na comunidade LGBTQIAP+ porque de fato há uma busca maior pelo sistema de saúde enquanto cuidado, e aí entra na estatística. Enquanto pessoas heterossexuais, por vergonha, mas principalmente uma questão cultural de machismo e falta de conhecimento sobre sexualidade e gênero, não buscam serviço público de saúde, ou buscam em sigilo o sistema particular, não entrando na estatística e aumentando ainda mais o preconceito e o mito de que pessoas da comunidade LGBTQIAP+ acabam contraindo mais as IST.