Epidemia de dengue: automedicação pode agravar complicações da doença - O POTI

Epidemia de dengue: automedicação pode agravar complicações da doença

Natal decretou emergência em saúde ao registrar 655 casos neste domingo (3). Foto: Freepik.

Com 655 casos de dengue confirmados até este domingo (3), a capital potiguar decretou emergência em saúde. Segundo dados do município, existe uma tendência de crescimento nos diagnósticos pela terceira semana consecutiva e o quadro atual já configura uma epidemia, com um total de 692 ocorrências de arboviroses transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti, envolvendo zika e chikungunya.

A farmacêutica Kátia Tichota alerta para os perigos da automedicação em casos de suspeita de dengue. “Os sintomas podem ser mascarados pelos medicamentos utilizados, dificultando o diagnóstico preciso, e o uso inadequado de medicamentos pode agravar os sintomas”, explicou a profissional. Segundo ela, alguns remédios, como os anti-inflamatórios não esteroides, podem levar o paciente a complicações graves, como o choque hemorrágico.

A enfermeira e professora do IDOMED, Sandra Bonilha, ressalta que a febre é geralmente a primeira manifestação da dengue, acompanhada de outros sintomas como dores musculares, dor de cabeça e náuseas. Em casos de suspeita da doença, é fundamental aumentar a ingestão de água e procurar imediatamente uma unidade de saúde.

Confira dicas para diferenciar os sintomas da dengue e da gripe

O Ministério da Saúde divulgou recentemente os resultados do 3º Levantamento Rápido de Índice de Infestação por Aedes aegypti (LIRAa) e do Levantamento de Índice Amostral (LIA) de 2023. Os números indicaram que 74,8% dos criadouros do mosquito da dengue estão nos domicílios, como em vasos e pratos de plantas, garrafas retornáveis, pingadeira, recipientes de degelo em geladeiras, bebedouros em geral, pequenas fontes ornamentais e materiais em depósitos de construção (sanitários estocados, canos, etc.).

O levantamento apontou, ainda, que depósitos de armazenamento de água elevados (caixas d’água, tambores, depósitos de alvenaria) e no nível do solo (tonel, tambor, barril, cisternas, poço/cacimba) aparecem como segundo maior foco de procriação dos vetores, com 22%, enquanto depósitos de pneus e lixo têm 3,2%.

Em Natal, já foram identificados, somente neste ano, 35 mil focos do mosquito em depósitos que poderiam ser evitados, como garrafas e recipientes plásticos.

Por isso, é de suma importância manter caixas d’água tampadas, descartar corretamente o lixo e evitar o acúmulo de água em recipientes. Além de fazer uma inspeção semanal em casa e a limpeza adequada dos potes de água para animais.