As cortinas se abrem nesta quarta-feira (27) para o espetáculo “Auto da Liberdade 2023”, uma celebração dos quatro atos libertários que moldaram a história de Mossoró. As apresentações acontecerão nos dias 27, 28 e 29, sempre às 20h, na Estação das Artes Elizeu Ventania.
O “Auto da Liberdade” não é apenas uma peça de teatro, mas uma oportunidade de reviver e honrar os momentos cruciais que definiram a identidade e a força do povo mossoroense. Os quatro atos em destaque são o Motim das Mulheres, a Libertação dos Escravos, a Resistência ao bando de Lampião e o Primeiro Voto Feminino.
Motim das mulheres em Mossoró
Em 4 de setembro de 1875, um grupo de aproximadamente 300 mulheres marchou pelas ruas de Mossoró em protesto contra a obrigatoriedade do alistamento militar. Na época, elas contestavam a convocação de seus esposos e filhos para o Exército ou a Marinha. Armadas com utensílios domésticos, essas mulheres ocuparam unidades públicas e delegacias, capturando a atenção das autoridades e desafiando normas sociais profundamente enraizadas.
Libertação dos escravos
Mossoró desempenhou um papel pioneiro na abolição da escravidão no Brasil. Em 30 de setembro de 1883, cinco anos antes da assinatura da Lei Áurea, o município concedeu a liberdade a todos os escravos da cidade. Esse ato corajoso e progressista marcou um passo significativo em direção à igualdade e justiça na sociedade mossoroense.
Resistência ao bando de Lampião
Em 1927, a cidade de Mossoró enfrentou um ataque promovido pelo famoso cangaceiro Lampião e seu bando. Os criminosos buscavam extorquir uma quantia significativa em dinheiro do banco local e do comércio. No entanto, os mossoroenses se ergueram com valentia e resistência, erguendo trincheiras e sendo liderados pelo prefeito Rodolfo Fernandes. A cidade não apenas defendeu seus recursos, mas também expulsou com sucesso o bando de Lampião, demonstrando uma determinação indomável em enfrentar adversidades.
Voto feminino
Celina Guimarães Vianna entrou para a história como a primeira eleitora do Brasil. Graças à Lei n.º 660, de 25 de outubro de 1927, o Rio Grande do Norte se tornou o primeiro estado a eliminar a distinção de gênero no exercício do sufrágio. Em 25 de novembro de 1927, na cidade de Mossoró, o nome de Celina Guimarães Vianna foi adicionado à lista de eleitores do Rio Grande do Norte, um marco não apenas para o Brasil, mas também para toda a América Latina.