A Pré-Sal Petróleo (PPSA), empresa estatal responsável pela gestão dos contratos de partilha de produção de petróleo e gás natural da União, recebeu autorização do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) para negociar diretamente no mercado os volumes de gás natural já processados. Até então, a comercialização era limitada à saída dos navios-plataforma, restringindo a competitividade.
A medida é um passo importante para a construção de um mercado de gás natural mais competitivo no Brasil. Segundo a PPSA, os recursos obtidos com a venda do gás serão destinados ao Fundo Social do governo federal, com aplicação em áreas prioritárias como educação e saúde.
Inicialmente, a PPSA pretende firmar um contrato com a Petrobras para aderir ao Sistema Integrado de Escoamento de Gás Natural (SIE), que interliga diversas rotas de gasodutos, conectando as áreas de produção aos mercados consumidores, incluindo indústrias dos setores de aço, química, automobilística e vidro. “A resolução do CNPE é um marco na construção de um mercado de gás natural competitivo e muda totalmente a dinâmica da comercialização do gás natural da União. Planejamos comercializar nosso gás natural na saída do SIE em breve, se possível a partir de janeiro de 2025”, afirmou Tabita Loureiro, representante da PPSA.
Atualmente, a União detém cerca de 150 mil metros cúbicos de gás natural por dia em seis contratos, com a expectativa de que esse volume cresça para 3 milhões de metros cúbicos diários nos próximos anos.
Em outro marco recente, a PPSA realizou, no dia 31 de julho, o 4º leilão de petróleo pertencente à União, resultando na venda de 37,5 milhões de barris e uma arrecadação superior a R$ 17 bilhões para o governo federal. O leilão, que contou com a participação de oito empresas, foi considerado um recorde.
No âmbito da produção, a União registrou um novo recorde em junho, com uma produção média de 71 mil barris por dia (bpd) pelo sistema de partilha de produção. Esse resultado coloca a União como a 8ª maior produtora de petróleo do país. A expectativa é de que, até o final do ano, a produção alcance quase 100 mil bpd.
A produção total dos contratos em regime de partilha se manteve estável, com média diária de 1 milhão de barris, representando um aumento de 3% em comparação ao período anterior. O campo de Búzios foi o maior produtor, com 509,9 mil bpd.
Já em relação ao gás natural, a produção média em regime de partilha foi de 3,72 milhões de metros cúbicos por dia em junho, com a União tendo direito a 113 mil metros cúbicos diários. Esses resultados fazem parte do programa “Gás Para Empregar”, que visa aumentar a oferta de gás natural no mercado doméstico, melhorar o aproveitamento e retorno social e econômico da produção, além de integrar o gás natural à estratégia nacional de transição energética.
