Greves aumentam 12% no primeiro ano do governo Lula III - O POTI

Greves aumentam 12% no primeiro ano do governo Lula III

Desde a posse de Lula, em janeiro de 2023, foram registradas 639 greves. Foto: EBC.

No primeiro ano do retorno de Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência, o número de greves entre os servidores públicos registrou aumento. Até agora, foram contabilizadas 639 greves, representando um crescimento de 12% em relação ao mesmo período do primeiro ano do governo Bolsonaro.

Nos primeiros meses de 2024, o governo tem enfrentado pressões constantes devido a paralisações de funcionários de órgãos como Ibama, Comissão de Valores Mobiliários (CVM), Banco Central e auditores fiscais. A situação mais crítica é a dos servidores da educação, que representam a maior parte dos funcionários públicos e estão em greve há mais de 40 dias. Essa paralisação afeta mais de 60 universidades e institutos federais, interrompendo suas atividades.

Os servidores estão exigindo um reajuste salarial que varia de 22% a 34%, enquanto o governo oferece, no máximo, 9%. Este descompasso tem dificultado a resolução das greves e ampliado o descontentamento entre os trabalhadores.

Diversos fatores contribuem para o aumento das greves no setor público:

  • Ambiente político favorável: Sob o governo do PT, há um clima considerado mais favorável aos movimentos grevistas. Muitos dos servidores têm ligações históricas com a esquerda e com os movimentos sindicais, origem da vida pública de Lula.
  • Mudanças legislativas: Durante o governo Bolsonaro, foi assinada uma medida que descontava dos salários os dias não trabalhados devido a greves. Esta norma foi revogada pelo atual governo, que também intensificou o diálogo com as entidades sindicais.
  • Defesa das greves: O presidente Lula defendeu publicamente o direito dos servidores de fazerem greves, afirmando que isso é um sinal de democracia em sua gestão. No entanto, ele também ressaltou que o governo só pode oferecer reajustes dentro das limitações econômicas atuais.

O governo enfrenta um cenário econômico desafiador, com metas fiscais revisadas para baixo e adiamento do superávit nas contas públicas. Em meio a essa turbulência, o governo tem buscado evitar um aumento dos gastos.

A administração Lula argumenta que está fazendo o possível dentro das restrições orçamentárias, mas os servidores mantêm suas reivindicações, resultando em um impasse que ainda precisa ser resolvido.

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