Os países da América do Sul vivem um momento tenso enquanto a ditadura de Nicolás Maduro tenta anexar um território de 160 mil quilômetros quadrados da Guiana. A área é alvo de disputa há muito tempo, mas se intensificou recentemente após a descoberta de petróleo na região.
Até 2028, a Guiana pode se tornar um dos 20 principais produtores de petróleo do mundo, com uma produção diária de até 1,2 milhão de barris. Além disso, a região produz ouro e diamantes.
A anexação é apoiada por 95% dos venezuelanos que votaram um plebiscito proposto por Maduro. Segundo o Conselho Nacional Eleitoral (CNE), 10.554.320 pessoas querem que o território de Essequibo seja da Venezuela.
“Demos os primeiros passos em uma nova etapa histórica para lutar pelo que é nosso (…) e o povo venezuelano falou em alto e bom som”, comemorou Maduro diante de uma multidão em Caracas.
Reitero el reconocimiento especial, sincero, justo y necesario al Consejo Nacional Electoral, a todos sus funcionarios y miembros de mesa, por el trabajo impecable que han hecho para mantener informado a tiempo al pueblo venezolano, y que se mantuviera el cronograma electoral… pic.twitter.com/hj8GhwuNdM
— Nicolás Maduro (@NicolasMaduro) December 4, 2023
O presidente da Guiana, Irfaan Ali, disse que vai usar a diplomacia para defender o seu país e garantir a segurança das fronteiras. “Não há nada a temer nas próximas horas, dias e meses”, declarou Ali.
O presidente Lula (PT) criticou a possibilidade de um conflito entre os países vizinhos. Ele disse que a América do Sul não precisa de “confusão”.
Se tem uma coisa que o mundo e a a América do Sul não está precisando agora é mais confusão, mais briga. Espero que o bom senso prevaleça e a gente possa trabalhar para melhorar a vida das pessoas.
— Lula (@LulaOficial) December 3, 2023
O que o Brasil tem feito?
Na última quarta-feira (28), o Ministério da Defesa brasileiro anunciou que acompanha o caso e enviou tropas à região. “O Ministério da Defesa tem acompanhado a situação. As ações de defesa têm sido intensificadas na região da fronteira ao Norte do país, promovendo maior presença militar”, disse a pasta em nota.
Diplomatas brasileiros dizem que uma iniciativa militar por parte dos venezuelanos é vista como remota, contudo, o tema deve ser tratado com cautela, principalmente porque a Venezuela realizará eleições presidenciais em 2024 e o assunto poderia ser usado politicamente por Maduro.