Internos de Alcaçuz são contratados para fabricar terços religiosos - O POTI

Internos de Alcaçuz são contratados para fabricar terços religiosos

Dez internos foram contratados por uma empresa para a montagem de terços religiosos e a produção já atingiu 3.500 peças confeccionadas. Foto: Augusto Bezerra.

Na Penitenciária Estadual de Alcaçuz, em Nísia Floresta, uma iniciativa de trabalho remunerado vem mudando a vida de internos e contribuindo para a reabilitação no sistema penitenciário. Há aproximadamente um mês, dez internos foram contratados por uma empresa para a montagem de terços religiosos, e a produção já atingiu 3.500 peças confeccionadas.

Além dessa atividade, outros projetos estão em andamento na unidade. Atualmente, quinze internos estão trabalhando na reforma de um pavilhão, e em breve, a penitenciária receberá uma fábrica de blocos de concreto e uma oficina para o conserto de carteiras escolares.

Os internos envolvidos na produção dos terços dedicam oito horas diárias à fabricação de três tipos diferentes do produto. Para eles, além da remuneração que auxilia na sustentação de suas famílias, a atividade representa uma oportunidade de melhoria da saúde mental. Um dos internos descreveu o trabalho como “um quebra-cabeça” e disse que, no final, torna-se uma forma de terapia para todos.

Segundo o diretor da unidade, o policial penal João Paulo, projetos que envolvem trabalho não só ajudam a desafogar o sistema penitenciário, mas também geram recursos para o Estado. Do total da remuneração dos internos, 25% são destinados ao Fundo Penitenciário, para serem reinvestidos no sistema carcerário e no ressarcimento ao Estado pelos custos com a manutenção dos presos.

Para alcançar esse estágio de expansão das atividades, a Secretaria da Administração Penitenciária implementou, de forma inovadora no país, a Comissão Técnica de Classificação (CTC). Essa comissão, em colaboração com a Secretaria Nacional de Políticas Penais (SENAPPEN), desenvolveu uma proposta de classificação nos moldes internacionais, realizando uma análise completa do risco dos indivíduos privados de liberdade. Esse processo envolve a verificação de antecedentes, conduta carcerária, análise biopsicossocial, além de registrar fotos, coletar digitais e avaliar as condições de saúde e aptidão ao trabalho.