A Polícia Federal (PF) concluiu o inquérito que indiciou o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros 36 investigados sob acusações relacionadas à tentativa de golpe de Estado e à abolição violenta do Estado Democrático de Direito. O documento será encaminhado nos próximos dias à Procuradoria-Geral da República (PGR).
Agora, caberá ao procurador-geral da República, Paulo Gonet, decidir, em até 15 dias, se oferecerá denúncia ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra os indiciados. Durante esse período, as defesas também poderão apresentar suas manifestações.
Devido ao recesso do STF, que se inicia em 19 de dezembro e termina em 1º de fevereiro de 2025, a análise de eventual denúncia deverá ocorrer apenas no próximo ano.
Depoimento de Mauro Cid e novas informações
O tenente-coronel do Exército Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, prestou um novo depoimento ao STF nesta semana. A oitiva ocorreu após a Polícia Federal apontar contradições em seu testemunho anterior.
Após o depoimento, o ministro Alexandre de Moraes decidiu manter os benefícios do acordo de delação premiada firmado por Cid, considerando que ele esclareceu os pontos questionados pela PF. As informações complementares foram devolvidas à PF para aprofundamento das investigações.
Acusações
Durante o depoimento, Mauro Cid negou envolvimento ou conhecimento de um suposto plano para assassinar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes. Entretanto, as investigações da Operação Contragolpe apontam que uma das reuniões ligadas ao plano ocorreu na residência do general Braga Netto, em Brasília, em 12 de novembro de 2022, com a participação de Cid.
Em sua delação premiada, Mauro Cid já havia se comprometido a revelar informações sobre outros casos, como as vendas de joias sauditas e as fraudes nos cartões de vacina de Bolsonaro.
PF indicia Bolsonaro e mais 36 por tentativa de golpe de Estado
