O presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou na terça-feira (30) que reconhecerá o resultado da eleição presidencial na Venezuela, realizada no domingo (28). “Lógico que eu vou reconhecer, a hora que for consagrada a vitória”, afirmou Lula em entrevista à TV Centro América.
Contudo, o presidente brasileiro ressaltou a importância de as autoridades venezuelanas apresentarem as atas eleitorais para resolver o impasse entre a oposição e a situação no país. “É normal que tenha uma briga. Como é que vai resolver essa briga? Apresenta a ata. Se a ata tiver dúvida entre a oposição e a situação, a oposição entra com recurso e vai esperar a Justiça tomar o processo. E aí vai ter uma decisão que a gente tem que acatar”, explicou o presidente.
Para Lula, o processo eleitoral na Venezuela é considerado normal. “Eu estou convencido de que é um processo normal, tranquilo. O que precisa é que as pessoas que não concordem tenham o direito de se expressar, tenham o direito de provar que não concordam. E o governo tem direito de provar que está certo”, acrescentou.
O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela ainda não divulgou as atas que comprovem o resultado anunciado das eleições, que apontaram a vitória de Nicolás Maduro com 51,21% dos votos, contra 44% para Edmundo González. Diversos setores da oposição, além de países e organismos internacionais como a Organização dos Estados Americanos (OEA), questionam a transparência do pleito e exigem a publicação das atas para auditoria dos votos. O governo de Maduro acusa parte da oposição e alguns países de incitarem um golpe de Estado contra o resultado eleitoral.
Conversa com Biden
Na tarde de ontem (30), Lula conversou por telefone com o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, sobre a situação na Venezuela após as eleições. Ambos os líderes reiteraram a necessidade da publicação das atas eleitorais.
A Casa Branca emitiu uma nota na qual Biden agradeceu a Lula por sua liderança na região diante do cenário na Venezuela e ambos concordaram sobre a necessidade de divulgação imediata de dados eleitorais completos, transparentes e detalhados pelas autoridades eleitorais venezuelanas. “Os dois líderes partilharam a perspectiva de que o resultado das eleições venezuelanas representa um momento crítico para a democracia no hemisfério e comprometeram-se a permanecer em estreita coordenação sobre a questão”, afirma a nota.