O presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem uma agenda marcada para se reunir com o presidente venezuelano Nicolás Maduro durante a 8ª Cúpula da Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), em São Vicente e Granadinas.
Em declarações prévias, Lula disse que não planeja abordar a disputa territorial entre Venezuela e Guiana pela região de Essequibo durante o encontro. Ele também não trouxe o tema para a mesa em sua reunião com o presidente da Guiana, Irfaan Ali, na última quinta-feira (29), em Georgetown.
O presidente brasileiro afirmou após o encontro com Ali o compromisso do Brasil em trabalhar pela paz na América do Sul. “Nossa integração com a Guiana faz parte da estratégia do Brasil para manter a América do Sul como uma zona de paz. Não precisamos de conflitos”, afirmou.
O encontro entre Lula e Maduro pode servir como uma oportunidade para o presidente brasileiro reforçar a importância do cumprimento do Acordo de Barbados por parte de Maduro. O acordo, costurado entre o governo venezuelano e a oposição em 2023, visava garantir eleições livres e justas em 2024.
Embora o acordo tenha oferecido uma chance para um processo eleitoral mais inclusivo na Venezuela, Maduro indicou previamente que não pretende segui-lo integralmente. A situação foi agravada pela recente proibição da presidenciável María Corina Machado de ocupar cargos públicos por 15 anos, além de outras ações controversas do regime.
Lula, como aliado político de Maduro, tem defendido o retorno da Venezuela ao cenário diplomático e criticado as sanções impostas pelos Estados Unidos ao país. Em seu último encontro com Maduro, em 2023, Lula minimizou os problemas enfrentados pelo governo venezuelano e condenou as sanções internacionais.