Nesta segunda-feira (11), a Polícia Federal (PF) dará continuidade às investigações sobre possíveis reuniões para tratar de um golpe de Estado no Brasil. O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, será ouvido presencialmente na sede da PF, em Brasília, a partir das 14h. Este novo depoimento é parte do acordo de colaboração premiada firmado entre Mauro e a PF.
O depoimento do tenente-coronel ganhou relevância após dois ex-comandantes das Forças Armadas confirmarem a existência de reuniões para discutir termos de uma minuta para um golpe de Estado. O ex-comandante da Aeronáutica, tenente-brigadeiro Carlos de Almeida Baptista Júnior, e o ex-comandante do Exército, general Marco Antônio Freire Gomes, relataram à PF terem presenciado tais encontros.
A expectativa é de que Cid esclareça questões relacionadas a mensagens trocadas com outros militares e participação em reuniões sobre as “minutas golpistas”. A PF tenta preencher lacunas encontradas nos celulares e documentos de Mauro, bem como abordar pontos ainda não esclarecidos após dezenas de depoimentos de testemunhas sobre o suposto golpe de Estado e a alegada existência de uma “Abin paralela”.
O advogado de Mauro, Cezar Bittencourt, afirmou à CNN que seu cliente está à disposição e tranquilo para colaborar com as investigações. Bittencourt ressaltou que Mauro não omitiu informações e que não teme as consequências do processo.
Em depoimentos anteriores à PF, Mauro teria omitido informações sobre o envolvimento de Jair Bolsonaro em possíveis planos de golpe de Estado. Apesar de reconhecer a realização de reuniões para discutir “minutas golpistas”, o militar não mencionou se Bolsonaro cogitava implementar tais planos.
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