Morreu na madrugada desta segunda-feira (12), o ex-ministro da Fazenda, Antônio Delfim Netto, aos 96 anos. Delfim Netto estava internado desde a última segunda-feira (5) no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, e sua morte foi confirmada em decorrência de complicações no quadro de saúde.
Delfim Netto deixa uma filha e um neto. A família anunciou que não haverá velório aberto ao público, e o enterro será realizado de forma restrita, apenas para os parentes.
Trajetória
Delfim Netto foi um dos mais influentes ministros da Fazenda na história do Brasil, ocupando o cargo de 1967 a 1974. Seu trabalho no Ministério do Planejamento, entre 1979 e 1985, também foi marcante, período no qual enfrentou a segunda maior crise financeira global do século 20, resultado do choque nos preços do petróleo e da alta dos juros nos Estados Unidos.
Além disso, Delfim Netto foi ministro da Agricultura em 1979 e representou o Brasil como embaixador na França entre 1975 e 1977. Após o término do regime militar, ele continuou a influenciar a política e a economia do país, sendo eleito deputado federal em 1986.
Em 2014, Delfim Netto doou sua vasta biblioteca pessoal à Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (FEA-USP), onde atuou como professor emérito. O acervo, composto por mais de 100 mil títulos, foi acumulado ao longo de quase oito décadas.
Contribuições acadêmicas
Delfim Netto também teve uma carreira prolífica como escritor e pensador econômico. Autor de mais de 10 livros e centenas de artigos, seus textos eram referência obrigatória para economistas e estudantes, e ele mantinha colunas semanais em veículos importantes como a Folha de S.Paulo, Valor Econômico e Carta Capital. Seus artigos eram reproduzidos em cerca de 70 periódicos em todo o Brasil.