Durante discurso na Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova York, o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, fez duras críticas à estrutura e à atuação da ONU. Em meio a uma reunião com líderes de diversos países, que discutiam o “Pacto do Futuro”, Lula ressaltou a necessidade de reformas na organização, especialmente no Conselho de Segurança.
Segundo o presidente, a ONU tem falhado em enfrentar os desafios globais, afirmando que “muito se fala, mas pouco se faz”, referindo-se aos acordos internacionais que, na sua visão, não estão sendo suficientes para solucionar problemas mundiais. O “Pacto do Futuro” tem como objetivo regular plataformas digitais, inteligência artificial e promover reformas no Conselho de Segurança da ONU.
Lula argumentou que o Conselho de Segurança, composto por cinco membros permanentes — Estados Unidos, Rússia, China, França e Reino Unido —, está cada vez mais perdendo sua legitimidade ao “se omitir diante de atrocidades” e não conseguir mediar conflitos ao redor do mundo. Para ele, é fundamental que o órgão seja ampliado, de forma a incluir mais países, uma demanda que o Brasil tem defendido.
O presidente também apontou a sub-representação dos países em desenvolvimento, os quais, segundo ele, são ignorados pela organização, apesar de seu peso político e econômico crescente. “O Sul do mundo não está sendo bem representado”, afirmou Lula, referindo-se às nações emergentes e pobres que compõem esse grupo.
Um momento inusitado do discurso aconteceu quando o microfone de Lula foi cortado, após ele exceder o tempo limite de cinco minutos. O corte ocorreu enquanto o presidente falava sobre a falta de atenção dedicada a esses países no cenário global.
Lula aproveitou a ocasião para reforçar o pedido do Brasil pela ampliação das cadeiras permanentes no Conselho de Segurança, uma pauta antiga defendida por diversos países que buscam maior participação nas decisões globais.
Desde a criação da ONU, em 1945, a composição do Conselho de Segurança tem sido motivo de debate, especialmente no que se refere à representatividade de países emergentes e em desenvolvimento.