O último ano testemunhou, mais uma vez, concentrações atmosféricas de gases do efeito estufa atingindo patamares inéditos, conforme revelado por um recente estudo da Organização Meteorológica Mundial, divulgado nesta quarta-feira (15).
De acordo com a agência da Organização das Nações Unidas (ONU), as concentrações médias globais de dióxido de carbono (CO2), o principal agente do efeito estufa, ultrapassaram em mais de 50% os níveis pré-industriais (1750), atingindo 417,9 ppm (partes por milhão).
O aumento do CO2 em relação a 2021, que já era um recorde, foi de 0,5%. Paralelamente, o metano (CH4) experimentou um crescimento de 264% desde 1750, atingindo 1.923 ppb, enquanto o óxido nitroso (N2O), o terceiro gás mais prevalente, registrou um aumento anual de 0,42%, alcançando 335 ppb (124% em relação a 1750).
A ONU destaca os impactos imediatos, como ondas de calor extremas, secas e inundações devastadoras que afetaram milhões de pessoas e causaram prejuízos bilionários este ano, vinculando esses eventos às mudanças climáticas induzidas pelo aumento desses gases.
Apesar de décadas de advertências científicas, relatórios extensos e inúmeras conferências sobre o clima, o Secretário Geral da OMM, Petteri Taalas, lamenta: “Continuamos seguindo na direção errada.”
A OMM sublinha que menos da metade das emissões de CO2 permanece na atmosfera, sendo absorvidas pelo oceano e ecossistemas terrestres. Adverte que, se as concentrações de CO2 persistirem no atual ritmo, a temperatura global continuará a aumentar, mesmo com reduções rápidas nas emissões.