Os organizadores dos Jogos Olímpicos de Paris 2024 pediram desculpas no último domingo (28) a quem se sentiu ofendido por uma cena durante a cerimônia de abertura que evocou a famosa pintura “A Última Ceia”, de Leonardo da Vinci.
A icônica obra de Da Vinci retrata o momento em que Jesus Cristo anuncia que um de seus apóstolos o trairá. Na cerimônia realizada na sexta-feira (26), a DJ e produtora Barbara Butch, conhecida como um ícone LGBTQ+, foi apresentada cercada por artistas drag e bailarinos, recriando uma imagem que lembrava a famosa ceia.
A apresentação gerou críticas de diversos grupos religiosos ao redor do mundo. A Conferência de Bispos da Igreja Católica Francesa criticou as “cenas de zombaria” contra o cristianismo, sentimento que também foi expresso pela porta-voz do Ministério de Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova.
A Comunhão Anglicana no Egito também manifestou seu descontentamento, expressando “profundo pesar” e afirmando que a cerimônia poderia fazer com que o Comitê Olímpico Internacional (COI) perdesse sua “identidade esportiva distinta e sua mensagem humanitária”.
Thomas Jolly, diretor artístico da cerimônia, esclareceu que a intenção era celebrar a diversidade e prestar homenagem à festa e à gastronomia francesa. Em entrevista à Associated Press, Jolly declarou: “Meu desejo não é ser subversivo, nem zombar, nem escandalizar. Sobretudo, queria enviar uma mensagem de amor, uma mensagem de inclusão e de forma alguma dividir.”
Anne Descamps, porta-voz de Paris 2024, foi questionada sobre os protestos durante uma coletiva de imprensa do COI. Ela afirmou: “Claramente, nunca houve a intenção de demonstrar falta de respeito a qualquer grupo religioso. Ao contrário, creio que, com Thomas Jolly, realmente tentamos celebrar a tolerância comunitária. Ao observar o resultado das pesquisas, acreditamos que esse objetivo foi alcançado. Se as pessoas se sentiram ofendidas, claro, lamentamos muito.”