Uma pesquisa realizada pelo Instituto TS2 em parceria com O POTI mostrou que 50,3% dos natalenses gastam até 30 minutos para chegar ao trabalho. Enquanto 33,5%% gastam entre 30 minutos e uma 1h, e 10,6% gastam mais de 1h até uma 1h30.
Os que gastam menos tempo entre o trajeto entre suas casas e seus postos de trabalho são os moradores da zona Leste. De acordo com os dados da pesquisa, 61% deles gastam até 30 minutos no deslocamento. Já os moradores da região Oeste são os que mais perdem tempo durante o deslocamento para o trabalho, 16,2% dos entrevistados dizem passar cerca de 1h30 no trânsito, outros 5,7% afirmam que o trajeto chega a durar até 2h.
Na zona Norte, região mais afastada das outras regiões da capital, 56,8% dos entrevistados disseram usar apenas 30 minutos do seu dia no caminho para o trabalho. Os que gastam mais de 2h são 4%.
Já 41% dos moradores da região Sul da capital potiguar dizem dedicar 30 minutos no trajeto para o trabalho, enquanto 40% afirmam gastar até 1h para chegar ao seu local de trabalho. Outros 5,7% dizem que o caminho entre a casa e o trabalho chega a durar mais de 2h.
Se tratando dos meios de transportes mais utilizados pelos natalenses para fazer esse trajeto, o ranking ficou assim:
- Carro próprio – 29,1%
- Ônibus – 20,5%
- Moto própria – 17,7%
- A pé – 15,3%
- Transporte alternativo – 4,7%
- Bicicleta – 3,9%
- Transporte por aplicativo – 2,8%
- Carona – 2,2%
- Mototáxi – 2,2%
- Trem/VLT – 0,9%
As regiões que mais fazem uso do carro para se locomover entre casa e trabalho são as Sul (46,2%) e a Leste (35,1%). Enquanto as zonas Leste e Norte são as que mais fazem uso do ônibus, 27,3% e 23,9%, respectivamente.
Anthony Lopes faz parte da gama de natalenses que precisam, literalmente, atravessar a cidade todos os dias para chegar ao seu posto de trabalho. Ele diz que diariamente precisa pegar dois ônibus, que fazem parte da frota de transporte coletivo para ir de casa para o trabalho. Anthony relata que o trajeto do bairro Nova Natal, onde ele mora, e Ponta Negra, onde trabalhar, o trajeto que deveria durar cerca de 40 minutos, mas algumas vezes chega a demorar entre 1h30 a 2h.
“Desde o início das obras na avenida Felizardo Moura, as viagens têm se tornado cada dia mais exaustivas, tendo em vista o difícil acesso de veículos nesse trecho e a quantidade reduzida de ônibus em nossa cidade. Em todos os quatro ônibus que pego durante o dia, são raras as vezes que consigo um assento vago devido as constantes lotações nos transportes coletivos. Chega a ser absurda a quantidade de pessoas que são colocadas no mesmo cubículo tão somente em busca de chegar no horário para trabalhar, ou para chegar no conforto de sua casa”, desabafa o trabalhador.
Leia também:
Já para Luana Martins, que usa como meio de transporte o carro, o ponto mais crítico que enfrenta é falta de pavimentação adequada na avenida Jerônimo Câmara, que deveria receber obras de manutenção desde 2014, como parte do pacote de obras para a Copa do Mundo de Natal.
“A falta de manutenção das vias me incomoda bastante. Não tem como andar pela cidade sem desviar de diversos buracos em questão de minutos”, diz ela.
Outro incômodo relatado por Luana é referente às obras que estão sendo feitas na cidade. “Ultimamente é muito difícil encontrar um retorno ou chegar em algum lugar em menos de 15 minutos. Dizem que o fluxo vai melhorar, mas o trânsito nesses últimos meses está um caos”, conclui.
A jornalista Michelle Aryani também faz parte dos 29,1% de natalenses que têm o carro como meio de transporte diário. Para ela, não se trata de luxo ou comodidade, mas de necessidade.
“O transporte público da cidade não é o suficiente para a demanda. Demora na espera, percurso muito demorado por que tem muitos usuários, etc. O carro me possibilita ter mais qualidade de vida, reduzindo a espera. Me proporciona, de certa forma, mais segurança, pois não preciso ficar horas na rua em pontos de ônibus, muitas vezes sem abrigo, e em locais com ou sem nenhuma segurança, chegar ao trabalho no horário. Mais vantagens do que desvantagens”, afirma.
Já o copeiro Esmeraldo, usa a bicicleta para ir de casa, em São Gonçalo do Amarante, ao trabalho, no bairro de Capim Macio. Ele diz que apesar de ter escolhido esse meio de transporte por ser mais rápido, gasta em torno de 1h30 no trajeto, que deveria durar 30 minutos a menos.
Esmeraldo também reclama das obras na avenida Felizardo Moura e da pavimentação da cidade: “não tem ciclovias e sinalizações suficientes para garantir a segurança, em alguns trechos a ponte está muito esburacado, oferecendo risco de queda”, afirma.