Polícia venezuelana ameaça Lula em postagem: "Quem se mete com a Venezuela se dá mal" - O POTI

Polícia venezuelana ameaça Lula em postagem: “Quem se mete com a Venezuela se dá mal”

Tensão diplomática entre Brasil e Venezuela tem aumentado. Foto: Reprodução.

Em meio à escalada de tensões diplomáticas, a Polícia Nacional da Venezuela publicou nas redes sociais uma montagem contendo uma imagem desfocada do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, acompanhada da frase “Quem se mete com a Venezuela se dá mal”. A postagem, interpretada como uma ameaça direta ao Brasil, ocorre logo após o veto brasileiro à entrada da Venezuela no bloco econômico dos Brics, decisão que acirrou a crise entre os dois países.

O governo venezuelano demonstrou profunda insatisfação com o bloqueio à adesão ao bloco, cuja entrada depende da aprovação de todos os países-membros. Segundo analistas, Lula teria orientado pessoalmente o Itamaraty a barrar a adesão venezuelana, contrariando o apoio explícito de Moscou à inclusão da Venezuela. A Rússia preside atualmente os Brics e tem apoiado a aproximação venezuelana.

Além da recusa brasileira ao ingresso da Venezuela no grupo, os recentes questionamentos do Brasil sobre a legitimidade da reeleição de Nicolás Maduro contribuíram para agravar a situação. Desde julho, o governo brasileiro tem insistido para que o Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela divulgue as atas das eleições, evidenciando uma crise de confiança nas relações bilaterais.

O descontentamento de Caracas se expressou publicamente no final de outubro, quando o presidente Maduro afirmou que a Venezuela “faz parte da família dos Brics”, apesar do veto brasileiro. Em reação, o país convocou o número 2 da embaixada do Brasil para esclarecer a posição do Itamaraty, que, segundo Caracas, age de forma alinhada aos interesses norte-americanos na região.

A crise chegou a um novo patamar quando o presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, Jorge Rodríguez, indicou que poderia declarar Celso Amorim, assessor especial de assuntos internacionais da Presidência brasileira, como persona non grata. Segundo fontes diplomáticas, caso a medida se concretize, uma reação oficial do Brasil não estaria descartada.