Especialistas alertam que os consumidores podem enfrentar um aumento nos preços dos chocolates nesta Páscoa, devido a uma série de fatores, principalmente relacionados às condições climáticas adversas que afetaram a produção de cacau em todo o mundo.
Desde o ano passado, os preços do cacau têm registrado aumentos constantes nos mercados internacionais, impulsionados por flutuações climáticas como o recente La Niña e El Niño. Estes fenômenos climáticos afetaram negativamente a produção global do fruto, reduzindo a produtividade dos cacaueiros nos principais países produtores, como Costa do Marfim e Gana.
Além disso, ventos do deserto do Saara, conhecidos como Harmattan, também contribuíram para a diminuição da produção, possivelmente causando danos à florada do cacau em algumas regiões.
Segundo os especialistas, os custos mais elevados do cacau devem ser repassados aos consumidores nos próximos meses. A indústria se preparou para a Páscoa deste ano com preços do cacau entre 30% e 40% mais altos do que no ano anterior. Isso pode resultar em uma inflação nos preços dos produtos, especialmente aqueles mais simples e industrializados.
Apesar dos desafios, a indústria prevê uma Páscoa recorde, impulsionada pelo aumento no número de lojas e pela demanda crescente por chocolates. No entanto, consumidores de chocolates de fabricantes menores podem ser mais impactados pelos aumentos de preços.
As perspectivas para os próximos meses indicam que os preços do cacau podem continuar elevados, com previsões de alcançar até US$ 6,1 mil por tonelada nos Estados Unidos, o que representaria um preço recorde para o período.
Enquanto a indústria brasileira de chocolates assegura que não há risco de desabastecimento, planos de longo prazo estão sendo implementados para lidar com os cenários de alta. Espera-se que as colheitas de abril na Costa do Marfim e no Brasil aliviem a pressão sobre os preços do cacau.