O presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, reiterou sua posição em relação ao impasse nas negociações do acordo comercial entre Mercosul e União Europeia (UE). Em declarações antes de partir de Dubai para Berlim, Lula afirmou que a falta de acordo não se deve à falta de interesse dos sul-americanos, mas ao protecionismo europeu.
O líder brasileiro destacou a reunião recente com o presidente francês, Emmanuel Macron, que se posicionou contrário ao acordo, classificando-o como “incoerente” e “mal remendado”. Lula acusou a França de protecionismo em seus interesses agrícolas.
Durante sua estadia no Oriente Médio e em conversa com jornalistas em Dubai, Lula defendeu alterações no acordo, especialmente em relação a licitações de compras governamentais. Para o presidente brasileiro, tais mudanças são cruciais para o desenvolvimento da indústria nacional e proporcionam oportunidades para pequenas e médias empresas.
O acordo Mercosul-UE, aprovado em 2019 após duas décadas de negociações, aguarda ratificação pelos parlamentos dos países envolvidos. Com 31 países participantes, o acordo abrange questões tarifárias e regulatórias, incluindo serviços, compras públicas, facilitação de comércio, barreiras técnicas, medidas sanitárias e fitossanitárias, e propriedade intelectual.
Lula destacou que, caso não haja acordo, a culpa não deve recair sobre os países sul-americanos. Ele enfatizou que o Brasil não firmará um acordo que resulte em prejuízos. O impasse continua, e a busca por equilíbrio nas negociações permanece como ponto central da posição brasileira.
