Recentemente, atores, produtores e diretores de cinema começaram a se manifestar contra o Projeto da Cota de Tela (PL 3696/2023), de autoria do senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), que estabelece a obrigatoriedade de exibição de filmes nacionais na TV e cinemas brasileiros pelos próximos 10 anos.
De acordo com uma nota publicada por entidades que representam o meio, “a proposta pode provocar o fechamento de complexos cinematográficos que mantêm entre uma e três salas em pequenas e médias cidades do País, entre outros efeitos”.
Nas redes sociais, a atriz Ísis Valverde disse que uma alteração feita pela Comissão de Educação e Cultura do Senado retirou o cinema da proposta, fazendo com o que os filmes brasileiros não tenham espaço garantido nas salas.
Ainda segundo ela, o audiovisual brasileiro é responsável pela criação de 760 mil empregos diretos, e pela movimentação de cerca de R$ 55 bilhões.
Assista ao vídeo de Ísis Valverde sobre o PL 3696/2023:
Ver essa foto no Instagram
As entidades que representam as empresas exibidoras cinematográficas no Brasil, dizem que os cinemas ainda sofrem com os impactos causados pela pandemia. De acordo com eles, “o setor ainda está com índice 35% inferior de lançamentos, níveis de público 40% abaixo do cenário pré-pandemia e administrando milhões em dívidas acumuladas no período, situação que tende a se agravar com a greve de roteiristas e atores de Hollywood, ainda sem solução.”
Elas ainda afirmam que a proposta precisa passar por uma ampla discussão, envolvendo a Ancine, o Conselho Superior de Cinema, produtores, distribuidores e exibidores.
Assinam a nota citada acima, a Federação Nacional das Empresas Exibidoras Cinematográficas (Feneec), a Associação dos Exibidores Brasileiros de Cinema de Pequeno e Médio Porte (AEXIB), o Sindicato das Empresas Exibidoras Cinematográficas no Estado de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Rio Grande do Sul e a Associação Brasileira das Empresas Exibidoras Cinematográficas Operadoras de Multiplex (ABRAPLEX).