O Ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), tomou posse como presidente da corte na tarde desta quinta-feira (28). Ele ocupará o lugar da ministra Rosa Weber, que deixará o STF ao completar 75 anos, no dia 2 de outubro. A cerimônia foi acompanhada por outros ministros da corte, o presidente Lula, ministros do Governo Federal, líderes do Congresso e outros.
Em seu discurso, o ministro já indicou quais serão as suas prioridades na presidência, uma delas, defender o direito das minorias sociais.
“Há quem pense que a defesa dos direitos humanos, da igualdade da mulher, da proteção ambiental, das ações afirmativas, do respeito à comunidade LGBTQIA+, da inclusão das pessoas com deficiência, da preservação das comunidades indígenas são causas progressistas. Não são! Essas são as causas da humanidade, da dignidade humana, do respeito e consideração por todas as pessoas”, afirmou.
Ele também mencionou a proteção da democracia como uma das prioridades do STF, afirmando que a justiça deve agir contra aqueles que a ameaçavam, além de dialogar com o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL) e do Senado Federal, Rodrigo Pacheco (PSD-MG): “Nada obstante, é imperativo que o tribunal aja com autocontenção e em diálogo com os outros poderes e a sociedade, como sempre procuramos fazer e pretendo intensificar. Numa democracia, não há poderes hegemônicos. Garantindo a independência de cada um, conviveremos em harmonia, parceiros institucionais pelo bem do Brasil”, disse, para acalmar os ânimos após atritos entre os poderes nas últimas semanas.
Barroso não deixou de homenagear Rosa Weber. Ainda no dia anterior, ele já havia discursado e agradecido pelo trabalho da ministra: “A Ministra Rosa Weber teve uma carreira impecável na Justiça do Trabalho e no Supremo Tribunal Federal. Presidiu a Justiça Eleitoral de modo firme e extremamente competente. Relatou processos de grande repercussão e, com imensa habilidade, obteve a aprovação de emendas regimentais importantíssimas. Por onde passou, mostrou sua competência, sempre com doçura e personalidade cativante. Num dos momentos mais dramáticos para o país, após atos covardes contra as instituições, liderou a reconstrução do plenário do STF. Deixa, assim, sua marca entre as grandes figuras da história do Brasil”, disse. Durante sua posse, o ministro quebrou o protocolo e deu um beijo na bochecha da colega de Corte.
A lendária cantora Maria Bethânia ficou responsável por entoar o hino nacional, após a apresentação, foi aclamada pelos presentes e internautas que acompanhavam a cerimônia, confira:
Além do hino nacional, Bethânia também cantou, a pedido de Barroso, a música “Todo o Sentimento”, de Chico Buarque. A apresentação foi uma homenagem à esposa do ministro, Tereza Cristina, que morreu em janeiro deste ano, vítima de um câncer, assista:
After
Após a cerimônia, o ministro Luís Roberto Barroso teve uma festa, organizada pela Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB). O “after” contou com a presença de ministros do STF, outros integrantes do judiciário e convidados, em um total de cerca de 1.200 pessoas.
O coquetel teve atrações musicais, incluindo uma banda de axé e o cantor Diogo Nogueira. Barroso inclusive se arriscou no microfone, cantou o clássico “Evidências”, da dupla Chitãozinho e Xororó e subiu ao palco para cantar com Diogo, confira: