Entre os anos de 2007 e 2017, o Brasil registrou 5.620 internações e 1.612 atendimentos ambulatoriais devido a acidentes provocados por queima de fogos de artifício
Com a chegada do mês de junho, as festas juninas tomam conta do Brasil, trazendo consigo tradições como fogueiras, fogos de artifício e balões. Entretanto, essas celebrações, embora tradicionais e festivas, carregam consigo um alerta importante: os riscos de incêndios e queimaduras.
Para orientar a população sobre como agir em situações de emergência, o enfermeiro intensivista e docente do curso de Enfermagem da Estácio, Mikael Flambertto, compartilha diretrizes essenciais para os primeiros socorros.
“Em caso de queimaduras leves, classificadas como de primeiro grau, onde a pele apresenta vermelhidão, é fundamental lavar a área afetada com água corrente em temperatura ambiente ou fria por cerca de 10 a 20 minutos”, orienta Mikael. “Essa medida auxilia na redução da temperatura da pele e minimiza os danos aos tecidos”.
Flambertto também ressalta a importância de evitar práticas que possam agravar a situação. “Não se deve utilizar substâncias como manteiga, pasta de dente ou óleo sobre o ferimento, pois isso pode aumentar o risco de infecção. O correto é cobrir a área com um pano limpo e umedecido com soro fisiológico ou água. Em casos de queimaduras extensas, é imprescindível buscar atendimento médico urgente para uma avaliação mais detalhada”.
Para queimaduras mais graves, o especialista alerta que o atendimento imediato é crucial. “Se a queimadura for profunda, de segundo ou terceiro grau, com bolhas grandes, ou se estiver afetando áreas extensas do corpo, é importante procurar socorro médico urgente. Não se deve tentar remover roupas grudadas à pele queimada e é importante evitar estourar bolhas, pois elas são uma barreira natural contra possíveis infecções”, adverte.
Prevenção é a melhor estratégia
Entre os anos de 2007 e 2017, o Brasil registrou 5.620 internações e 1.612 atendimentos ambulatoriais devido a acidentes provocados por queima de fogos de artifício, segundo dados do Sistema Único de Saúde (SUS). O ano de 2014 apresentou um aumento no número de internações, com 620 casos registrados, comparado à média de 500 nos demais anos.
Além das orientações sobre os procedimentos em caso de queimaduras, o enfermeiro enfatiza a importância da prevenção. “É crucial supervisionar o uso de fogos de artifício, especialmente por crianças, e seguir as instruções do fabricante para evitar acidentes. Utilizar fogos em locais abertos, longe de materiais inflamáveis, e ter sempre um balde de água por perto são medidas simples que podem fazer toda a diferença”, afirma.