TSE cancela envio de servidores para acompanhar eleição na Venezuela após Maduro criticar sistema eleitoral brasileiro - O POTI

TSE cancela envio de servidores para acompanhar eleição na Venezuela após Maduro criticar sistema eleitoral brasileiro

O presidente Nicolás Maduro concorre à reeleição, enfrentando outros nove candidatos registrados. Foto: Ricardo Stuckert.

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) anunciou que decidiu não enviar dois representantes para monitorar as eleições presidenciais na Venezuela, que ocorrerão no próximo domingo (28). A decisão foi tomada após declarações do presidente venezuelano, Nicolás Maduro, sobre o sistema eleitoral brasileiro.

Durante um comício realizado na terça-feira (23), Maduro afirmou que a Venezuela possui “a melhor auditoria do mundo” e que “nenhum boletim de urna é auditado no Brasil”. Em resposta, o TSE reafirmou a confiabilidade e a auditabilidade das urnas eletrônicas brasileiras, classificando as afirmações de Maduro como falsas.

Em face de falsas declarações contra as urnas eletrônicas brasileiras, que, ao contrário do que afirmado por autoridades venezuelanas, são auditáveis e seguras, o Tribunal Superior Eleitoral não enviará técnicos para atender convite feito pela Comissão Nacional Eleitoral daquele país para acompanhar o pleito do próximo domingo“, disse o TSE em nota.

O tribunal também afirmou que “a Justiça Eleitoral brasileira não admite que, interna ou externamente, por declarações ou atos desrespeitosos à lisura do processo eleitoral brasileiro, se desqualifiquem com mentiras a seriedade e a integridade das eleições e das urnas eletrônicas no Brasil”.

Inicialmente, o TSE havia designado dois especialistas em sistemas eleitorais para a missão na Venezuela, após convite do Conselho Nacional Eleitoral venezuelano. O envio de representantes para acompanhar eleições em outros países é uma prática comum do TSE, que também recebe delegações internacionais durante as eleições brasileiras.

O presidente Nicolás Maduro concorre à reeleição, enfrentando outros nove candidatos registrados. No entanto, há denúncias de prisões de opositores às vésperas da votação e de cerceamento de liberdade da população, dos meios de comunicação e de observadores internacionais.