Parte dos recursos dos programas sociais está indo para casas de apostas - O POTI

Parte dos recursos dos programas sociais está indo para casas de apostas

Beneficiários do Bolsa Família gastaram R$ 3 bilhões em apostas online no mês de agosto. Foto: Bruno Peres / Agência Brasil.

Um levantamento recente divulgado pelo Banco Central, revelou que beneficiários do programa Bolsa Família destinaram aproximadamente R$ 3 bilhões para apostas eletrônicas via Pix no mês de agosto. A análise foi realizada a pedido do senador Omar Aziz (PSD-AM), que expressou preocupações sobre o impacto desta atividade nas finanças e bem-estar dos beneficiários mais vulneráveis e pretende pedir à Procuradoria-Geral da República (PGR) que entre com ações judiciais para retirar do ar as páginas das casas de apostas na internet até que elas sejam regulamentadas pelo governo federal.

Segundo os dados do Banco Central, cerca de 5 milhões dos 20 milhões de beneficiários do programa participaram em apostas online, utilizando o Pix como método de pagamento. Este grupo, que representa 25% do total de beneficiários, inclui um número significativo de chefes de família, que juntos enviaram R$ 2 bilhões para plataformas de apostas, correspondendo a 67% do total movimentado.

O Ministério da Fazenda, ciente do crescente fenômeno das apostas online e seus efeitos potencialmente nocivos, anunciou a suspensão das operações de plataformas de bets que não solicitarem autorização para funcionar no Brasil até o final de setembro. O ministro Fernando Haddad enfatizou a necessidade de regular essa atividade, tratando-a como uma forma de entretenimento e combatendo a dependência psicológica que pode acarretar.

“[A regulamentação] tem a ver com a pandemia [de apostas eletrônicas] que está instalada no país e que nós temos que começar a enfrentar, que é essa questão da dependência psicológica dos jogos”, disse Haddad. “O objetivo da regulamentação é criar condições para que nós possamos dar amparo. Isso tem que ser tratado como entretenimento, e toda e qualquer forma de dependência tem que ser combatida pelo Estado.”

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*Com informações da Agência Brasil.