MADA 2024: “Seja pelo seu estilo, sua cor, seu gênero, suas escolhas, a gente monta um line-up para que todos os públicos se sintam representados"

MADA 2024: “Seja pelo seu estilo, sua cor, seu gênero, suas escolhas, a gente monta um line-up para que todos os públicos se sintam representados”

MADA 2024: Em entrevista especial aO POTI, Jomardo Jomas, criador, realizador e diretor geral do Festival MADA, fala sobre a trajetória de sucesso do mais duradouro festival de música do Rio Grande do Norte

MADA 2024
Jomardo Jomas, criador, realizador e diretor geral do Festival MADA, que completa 26 anos na cena musical potiguar. Foto: Reprodução.

O Festival Música Alimento da Alma (MADA), um dos maiores eventos musicais da cidade de Natal, celebra sua 26ª edição. Mantendo a tradição de destacar nomes consagrados da música nacional com novos talentos da cena potiguar, o Festival é sinônimo de autenticidade desde a primeira edição, no ano de 1998. O MADA 2024 acontece nos dias 18 e 19 de outubro, na Arena das Dunas, trazendo grandes atrações como Xande de Pilares, Cami Santiz, Pitty, Duda Beat, Djonga, BK, Gracinha, muito mais!

A poucos dias do evento, O POTI entrevistou seu realizador e criador, Jomardo Jomas, que relembrou os primórdios do Festival e compartilhou a trajetória de crescimento até se tornar a consagrada festa que é hoje.

O nascimento do MADA

O MADA teve sua origem em um momento em que outros estados brasileiros, como Pernambuco, Bahia e Goiás, já viviam a efervescência de festivais independentes. Em 1998, Natal ainda não contava com um evento desse porte, apesar da crescente cena musical local. 

Foi então que surgiu a ideia.

“Na época, já tínhamos bandas potiguares prontas para despontar além das fronteiras do estado, e decidimos criar o MADA para dar visibilidade a esses artistas”, relembra Jomardo.

Realizada na Rua Chile e aberta ao público, a primeira edição foi um sucesso, com uma programação repleta de talentos potiguares e algumas bandas convidadas de Recife. 

Quem não se lembra do MADA na saudosa Rua Chile, na Ribeira, entre os anos de 1998 e 2003 . Foto: Guria Produtora.

Ao longo dos anos, o Festival evoluiu, ganhando grandes proporções e exigindo do seu criador uma dedicação total e exclusiva. O sucesso era esperado, claro, mas a logevidade do MADA, surpreendeu até o próprio realizador.

“Eu acho que quem cria um festival não imagina que ele vá durar tanto, porque tem muitas variáveis e a pessoa pode ter medo também, desistir, né!? Mas, a partir da segunda edição, foi quando eu comecei a perceber que o Festival ia ter a terceira, a quarta… até 2014, eu ainda tinha outros trabalhos paralelos, mas a partir de 2015 eu foquei diretamente e criei uma produtora. E vamos aí! Vamos tocar o Festival da melhor maneira possível”

Apesar de ter crescido acima das expectativas, Jomardo garantiu que o MADA não perdesse a sua essência, permanecendo como um evento que valoriza o trabalho dos artistas potiguares, que se destacam na cena musical.

É lógico que com o crescimento do Festival, ele começa a pegar uma dimensão muito maior, mas nós não deixamos de ter um espaço garantido para artistas potiguares. Nas últimas duas edições, artistas potiguares como Luísa e os Alquimistas foram headliners (artistas principais). Isso é um crescimento natural das atrações potiguares, que são atrações nacionais também. Esse ano tem Cami, tem Gracinha. Não tem como a gente deixar de fora, até porque, a gente tem uma cena muito pujante. A cada ano tem uma (tendência), ano passado era Trap, esse ano já vai na parte mais eletrônica. Isso faz parte é um crescimento normal do festival e da cena”

MADA 2024: O que mantém o mais duradouro Festival de Música do RN?

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MADA atrai milhares de amantes de música anualmente. Foto: Luana Tayze.

Para Jomardo, uma das estratégias para manter a vitalidade de um festival, é apostar na diversidade de ritmo e estilos, afinal, para garantir um grupo diverso de fãs, é necessário ter um grupo diverso de artistas:

“Seja pelo seu estilo, sua cor, seu gênero, suas escolhas, a gente monta um line-up para que todos os públicos se sintam representados. Por mais que a gente esteja distante do Sudeste, termina trazendo um pouquinho do que tá acontecendo por lá e dando o nosso toque. […] É um festival que cabe tudo, as pessoas se sentem à vontade pra tá ali sendo como elas são. Isso é que é legal, não tem nicho, é para todos, é geral, a galera vai e se sente pertencente àquele lugar.”

Outra parte essencial para manter o sucesso do Festival, é estar sempre atento às novidades da atualidade e conectado com o público:

“A internet ainda estava aparecendo na segunda edição do evento, criamos um site na terceira. Então era tudo analógico, a gente veio acompanhando essa grande transformação. Com a chegada das redes sociais, a gente conseguiu conversar com o nosso público, uma conversa muito bacana. O festival continua sendo bem atual. A gente consegue ainda depois de 26 anos ser um festival bem atual que sempre traz umas novidades, sempre surpreende. Isso é muito legal para nós”. 

Cultura para além dos palcos

Além dos shows, o MADA promove um projeto cultural que atende crianças e adolescentes em toda a cidade de Natal. O MADA Faz Escola leva artistas locais para se apresentarem em instituições públicas de ensino da cidade, especialmente em áreas mais vulneráveis. Em 5 edições, o projeto já impactou mais de 20 mil alunos, de 37 escolas, com a apresentação de 28 grupos ou artistas locais. A iniciativa acaba sendo especial não só para os estudantes, mas também para os músicos: 

Eu tava numa escola semana passada e a gente tava com Brisa, que é DJ e Raquel Oliveira, saxofonista. A maioria dos alunos ainda não conhecia o trabalho das artistas. Quando terminou ação, os alunos queriam tirar foto, pegar autógrafo, isso termina sendo uma coisa muito interessante tanto para o aluno, de ter essa experiência, como pros artistas. Os alunos terminam fazendo daquela tarde, uma tarde de show mesmo. É como se estivessem num festival, vendo os artistas tocarem”

E uma novidade aguarda o projeto para 2025. Após serem surpreendidos por alunos de uma das escolas participantes, os organizadores do MADA Faz Escola resolveram incluir ainda mais os estudantes que têm interesse pela música: 

“Fomos surpreendidos por dois alunos, um tocando piano maravilhosamente bem e uma menina que é uma baita de uma compositora e cantora. Os dois se apresentaram, eles nunca tinham se apresentado, os amigos não sabiam que eles tocavam ou que tinham composições. Eles pediram para usar o piano e cantar uma música deles. Deram um show, cara! Tanto que mudou completamente a ideia para as próximas edições do MADA Faz Escola. Agora, vai continuar o foco de levar os artistas potiguares, mas, antes disso, teremos uma pesquisa nas escolas para saber quais alunos fazem música, para  que eles se apresentem também e se sintam ainda mais pertencentes à ação”.

MADA 2024

Em sua 26ª edição, o MADA continua a fazer história na capital potiguar. O evento, que tem a Claro como patrocinadora oficial, acontece na Arena das Dunas, nos dias 18 e 19 de outubro, com 20 atrações.

Confira a programação completa:

Sexta-feira 18/10: Pitty, Xande Canta Caetano, Ana Frango Elétrico, Gracinha, Duda Beat, BK’, Mago de Tarso, Badsista, Ramemes, Miss Tacacá

Sábado 19/10: Ebony, FBC, Djonga, Fresno, BaianaSystem, Duquesa, Cami Santiz, Omoloko, DJ Geni, Taj Ma House.

Os ingressos variam de R$ 130 a R$ 340 e estão disponíveis online AQUI ou nas lojas Oticalli (Natal Shopping) Sem Etiqueta (Portugal Center).

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Edição: Larissa Cavalcante.