Após um período de 13 anos, o açude Marechal Dutra, popularmente conhecido como Gargalheiras, localizado em Acari, voltou a transbordar. Este evento marca a 30ª “sangria” em seus 65 anos de existência. O transbordamento foi registrado na quarta-feira (3), às 23h15, quando o reservatório atingiu 100% de sua capacidade, estimada em 44,4 milhões de metros cúbicos.
De acordo com o Instituto de Gestão das Águas do Rio Grande do Norte (Igarn), sinais prévios de transbordamento foram observados com pequenos episódios de água descendo pelas paredes, causados por marolas provocadas pelo vento e movimentação de barcos no açude. O último evento desse tipo foi registrado em 19 de maio de 2011.
O Gargalheiras desempenha um papel fundamental no abastecimento de água para Acari e na complementação do abastecimento de Currais Novos, feito pelo açude Dourado. Até meados de fevereiro, ambos os reservatórios enfrentavam com um baixo volume de água, levando a preocupações com o possível colapso no fornecimento de água tratada para as duas cidades. Esta situação levou o governo do Estado, em parceria com a Codevasf, a antecipar a construção do trecho 4-Norte da Adutora Seridó, garantindo o abastecimento para cerca de 52 mil habitantes das duas localidades.
Com o Gargalheiras e o Dourado agora cheios, a Companhia de Águas e Esgotos do Rio Grande do Norte (Caern) estima que o abastecimento de Acari e Currais Novos está assegurado por aproximadamente quatro anos, mesmo sem novas recargas.
Com um volume de chuvas excedendo em 45% a média normal no primeiro trimestre de 2024, os reservatórios monitorados pelo IGARN acumulavam, até esta quinta-feira (4), 2,82 bilhões de metros cúbicos de água, o que corresponde a 63,36% da capacidade total de armazenamento.
Sangria do açude Gargalheiras começou às 23h19 da quarta-feira (3); veja as imagens