Conforme anunciado na semana passada, os professores efetivos da Universidade Federal do Rio Grande do Norte entraram em greve nesta segunda-feira (22). Além do corpo docente, os servidores técnico-administrativos da universidade também estão com as atividades paralisadas. Com isso, aulas e serviços essenciais dos campus foram afetados.
Apesar da situação, a reitoria optou por não suspender o calendário acadêmico, que define datas e prazos para o início e fechamento das disciplinas, requerimentos e até mesmo apresentação dos Trabalhos de Conclusão de Curso (TCC). De acordo com o comunicado emitido pela UFRN, a Universidade fará a discussão sobre possíveis alterações após o fim da greve.
Ainda segundo o informe, a “instituição não pode suspender as atividades, em respeito ao direito constitucional de greve dos trabalhadores, bem como à decisão de cada técnico e docente pela não adesão à paralisação”.
“A greve é um movimento legítimo que devemos respeitar, buscando mecanismos para reduzir prejuízos aos nossos estudantes”.
Daniel Diniz, reitor da UFRN.
O funcionamento dos setores e departamentos foi afetado, bem como o restaurante universitário e até mesmo a biblioteca.
Segundo Geja Muniz, que compõe a coordenação do Diretório Central dos Estudantes (DCE) da UFRN, principal entidade que representa os direitos dos estudantes no campus, quem precisa dos serviços da Biblioteca Central também está sendo prejudicado.
“A Biblioteca Central Zila Mamed (BCZM) está com o horário reduzido, então os concluintes podem se prejudicar caso precisem deixar logo os trabalhos no repositório”, disse.
Quanto aos ônibus que circulam dentro do Campus Central, em Natal, os estudantes sequer foram informados sobre as alterações nas linhas, realizadas pela Secretaria de Mobilidade Urbana (STTU) nesta terça-feira (23).
Os alunos ficaram sem os serviços das linhas Expresso Reitoria, que faz a rota Via Direta/Reitoria, e Expresso C&T, que faz o percurso Via Direta/C&T. Somente as linhas Direto e Inverso rodaram ao longo do dia. Com isso, o serviço de translado ficou superlotado e muitos estudantes acabaram não conseguindo subir nos ônibus.
A greve poderá afetar não só o cronograma dos estudantes, mas também o seu rendimento, como aponta a estudante Eduarda Beltrão, caloura do curso de farmácia.
“Sou caloura do curso de Farmácia e ter uma greve no primeiro semestre é frustrante demais. Acredito que a paralisação já afetou meu rendimento, porque eu vinha num ritmo de estudos e tive que desacelerar, além do medo de como vai se desenrolar o restante do semestre. A principal preocupação é com o atraso no cronograma, por mais que o Calendário continue normalmente, os professores que pararam ou que não estão ministrando aula vão ter que repor as aulas, bagunçando todo nosso horário”, explica.