Rebeldes sírios anunciaram neste domingo (8) a destituição do presidente Bashar al-Assad após tomarem Damasco, encerrando décadas de domínio da família Assad. Segundo os insurgentes, a captura da capital ocorreu sem resistência militar, forçando Assad a fugir. De acordo com agências de notícias russas, Assad e sua família receberam asilo de autoridades do Kremlin.
Milhares de pessoas se reuniram em uma praça central de Damasco para celebrar o momento. “Celebramos a libertação de nossos prisioneiros e do povo sírio”, declararam os rebeldes. Em discurso transmitido pela TV estatal, Abu Mohammed al-Golani, líder rebelde, afirmou: “O futuro é nosso”.
A queda do regime Assad marca um ponto de virada em mais de 13 anos de guerra civil que devastaram o país. O conflito deixou centenas de milhares de mortos, cidades em ruínas e uma população profundamente afetada. No entanto, o futuro da Síria permanece incerto, com os novos líderes enfrentando desafios como a reconstrução e a disputa entre facções internas.
O impacto regional do avanço rebelde gerou preocupações internacionais. O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, vinculou o desfecho ao conflito entre Israel e Irã. Emmanuel Macron, presidente da França, descreveu o acontecimento como “o fim de um regime bárbaro”. A Rússia confirmou a fuga de Assad, enquanto o Irã e o Hezbollah, tradicionais aliados do regime, reduziram sua presença na Síria.
A coalizão rebelde anunciou a formação de um governo de transição, se comprometendo a reconstruir o país com base nos sacrifícios da população. No entanto, os riscos permanecem altos, incluindo o possível ressurgimento do Estado Islâmico e a necessidade de assistência internacional para a recuperação.
A tomada de Damasco também resultou na ocupação da embaixada iraniana pelos insurgentes. A presença de tropas norte-americanas na Síria, com cerca de 900 soldados, segue sendo um ponto de atenção.