A Prefeitura de Natal, por meio da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Urbanismo (Semurb), anunciou as iniciativas em andamento para enfrentar os desafios climáticos na cidade. As ações fazem parte do Plano Municipal de Mudanças Climáticas (PMMC), incorporado ao Plano Diretor de Natal, e incluem projetos voltados ao monitoramento hidrológico, mapeamento térmico e criação de um Centro de Monitoramento Climático.
O evento, realizado no auditório da Semurb, contou com a participação de representantes do Grupo de Estudos Observacionais e de Modelagem da Interação Biosfera-Atmosfera (GEOMA) da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), parceiros essenciais para o desenvolvimento dessas estratégias.
As principais iniciativas apresentadas são:
Rede de Monitoramento Hidrológico e Climático de Natal
Com 32 pluviômetros instalados em 20 escolas municipais e bacias de drenagem nas quatro regiões da cidade, o sistema permite o monitoramento em tempo real das chuvas e contribui para respostas rápidas a eventos extremos, como enchentes. A ação também promove educação ambiental ao integrar alunos e professores ao processo de monitoramento.
Conforto Térmico: Transecto Móvel
Projeto que utiliza um veículo equipado com uma mini estação meteorológica para mapear a temperatura e a umidade nas ruas da cidade, identificando as “ilhas de calor”. A iniciativa visa a criação de áreas verdes e a implementação de ilhas de frescor e de umidade, proporcionando maior conforto térmico em espaços públicos.
Centro de Monitoramento Climático de Natal
Ponto central do PMMC, onde serão processados e analisados os dados coletados, como informações de chuva, temperatura e umidade. O centro, em fase final de implantação, apoiará decisões estratégicas para o desenvolvimento sustentável e a adaptação climática de Natal.
Os dados preliminares, segundo o secretário da Semurb, Thiago Mesquita, indicam a localização das ilhas de calor, permitindo a formulação de diretrizes para aumentar a cobertura vegetal e conectar áreas verdes em Natal. “Com os dados, é possível identificar as áreas onde existem ilhas de calor, o que nos permite estabelecer diretrizes para aumentar a cobertura vegetal e criar corredores ecológicos, para conectar áreas verdes bem preservadas, como Zonas de Proteção Ambiental (ZPAs), áreas de preservação permanente e unidades de conservação. O objetivo é que esse conforto climático e microclimático possa ser estendido a toda a população de Natal”, explicou Mesquita.
O conjunto de dados obtidos também subsidiará a revisão do Plano Diretor da cidade em 2027, ajudando a definir diretrizes urbanísticas, densidade populacional e medidas para um desenvolvimento sustentável. O resultado final da coleta de dados será divulgado em um evento no próximo mês de dezembro, com o objetivo de envolver a população no entendimento das medidas e na importância da adaptação climática.